Imagem capa - A ilha de lixo por Érico Hiller

A ilha de lixo

As Maldivas são mundialmente conhecidas em catálogos e revistas de turismo como um destino de beleza e luxo para poucos. No entanto, Thilafushi mostra um lado do país que poucos conhecem. O lixo é levado diariamente em enormes barcos para a ilha, que se converteu num imenso lixão. Desde a década de 1990, com o aumento exponencial do turismo, Thilafushi tem trabalhado no limite de sua capacidade. Garrafas de plástico se misturam a restos de comida e produtos químicos. Thilafushi já teve sua área original aumentada artificialmente e mesmo assim não consegue dar conta do volume de lixo. Em Malé, a capital, o lixo é acumulado em montanhas do tamanho de prédios antes de seguir para a ilha-lixão. A solução mais óbvia é queimar o material, o que libera na atmosfera milhões de toneladas de gases tóxicos. Ambientalistas da ONG Bluepeace estão preocupados, pois baterias e outros químicos venenosos podem estar sendo depositados no oceano, afetando a vida marinha. A lagoa natural que havia no interior de Thilafushi já se transformou em uma camada espessa e fétida de lixo. Pude me aproximar bem desse local. Lá vivem em torno de 3000 pessoas, sendo trabalhadores, catadores de lixo e funcionários públicos. Não bastasse isso, a ilha encontra-se a apenas um metro acima do nível do oceano, o que aumenta as chances de que um dia tudo seja tragado pelo mar.